olhando para os fatos
vejo neles algumas cores imperceptíveis
manifestas na expressão de um ato inaudível
naquele monte de folhas
a terra fria e úmida esconde quem se foi
o rio que passou naquele lugar
guardião de tempos concomitantes
aqui ou aí
estou só
às vezes expandindo em alguma interação
outras observando pela clausura da câmera escura
as plantas já cresceram
mas estão sendo cuidadas
os filhos também
e estão sendo soltos
aos poucos
o mato entremeia o que presta
e o que não presta
a sesta antecipa a noite
e acorda a tarde
a volta traz só lembranças
a volta traz
só
lembranças
até mais tarde
2 comentários:
um continuum de lembranças entre o aqui e ali. movemo-nos num véu de maya e às vezes encontramos rachaduras por onde entra a brisa de pequenas mudanças e uma fresta de realidade
acordei hoje com sonhos e lembranças da ilha e lendo este poema eu sinto uma coisa forte. me lembro uma parte no sonho que eu comentava com alguém que estava lá temporariamente mas sabia que logo estaria por aqui no rio, de volta ao trabalho e vendo as montanhas no horizonte
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