gole seco
galho seco
punho serrado
dedo apontado
voz alterada
não é resposta a nada
só é
violência
eles podem me agredir
eles podem surtar a qualquer momento
podemos nos quebrar a qualquer instante
como louça que despedaça em três pedaços
eu posso surtar a qualquer instante
onde eu achava ser mais calmo
é um poço da violência
chega ao centro da terra
lava
seca
petrifica
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Barca
Barca de Paquetá. Dois andares. Embaixo, na
parte de trás, ficam os coroas jogando baralho; na parte da frente, a velha
guarda paquetaense mais comportada. Em cima, lá fora, fumantes de todo tipo despistando
o controle; na parte de trás é a bagunça, pessoas falando alto, tomando cerveja
e comendo salgadinho; na parte da frente, os jovens mais comportados, alguns lendo,
outros com notebook ou celular, alguns poucos estudam pra concurso.
Alguns dormem os 70 minutos do trajeto.
Outros nunca deixam de olhar a baía de Guanabara.
*
martim afonso [poesia de bruno barata]
muitos de cabeça baixa, cochilam
caça-palavras
proa e convés
crianças correm,
velhos e compras.
o distinto senhor
fuma um cigarro
como disfarce de seu peido
aparatos e tecnologias
comunicando e distraindo
**
martim afonso
itapuca
ipanema
lagoa
vital brazil
expresso macaé
itaipu
porta
uma criança chora na minha porta
querendo entrar
na casa que não é minha
o que eu faço com quem procura
com quem grita a inocência de menino?
um menino é um menino
é daquele que passar
passar é a tristeza do menino
a corda que arrebenta
pro lado mais fraco
é a própria tristeza do menino
gosto da sua letra bem contornada
de forma, em forma
mas a vida chora aos soluços do menino
indiferença da costa que se vira
querendo entrar
na casa que não é minha
o que eu faço com quem procura
com quem grita a inocência de menino?
um menino é um menino
é daquele que passar
passar é a tristeza do menino
a corda que arrebenta
pro lado mais fraco
é a própria tristeza do menino
gosto da sua letra bem contornada
de forma, em forma
mas a vida chora aos soluços do menino
indiferença da costa que se vira
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