quarta-feira, 3 de agosto de 2011

olhando para os fatos
vejo neles algumas cores imperceptíveis
manifestas na expressão de um ato inaudível

naquele monte de folhas
a terra fria e úmida esconde quem se foi

o rio que passou naquele lugar
guardião de tempos concomitantes

aqui ou aí
estou só

às vezes expandindo em alguma interação
outras observando pela clausura da câmera escura

as plantas já cresceram
mas estão sendo cuidadas
os filhos também
e estão sendo soltos
aos poucos
o mato entremeia o que presta
e o que não presta
a sesta antecipa a noite
e acorda a tarde
a volta traz só lembranças

a volta traz

lembranças


até mais tarde

2 comentários:

Bruno Ferreira disse...

um continuum de lembranças entre o aqui e ali. movemo-nos num véu de maya e às vezes encontramos rachaduras por onde entra a brisa de pequenas mudanças e uma fresta de realidade

Bruno Ferreira disse...

acordei hoje com sonhos e lembranças da ilha e lendo este poema eu sinto uma coisa forte. me lembro uma parte no sonho que eu comentava com alguém que estava lá temporariamente mas sabia que logo estaria por aqui no rio, de volta ao trabalho e vendo as montanhas no horizonte