vocês que me salvam
e eu não vos salvo
de vez em quando, eu escapo
do meu querer
eu perco
o que queria tanto para mim
meu espaço, minha memória
perco o mais importante
agora
o que é descaso
e o que é apego
na hora
que atentamos
para o apagamento
que já existia
e faz pouco tempo
nem tínhamos fotografia
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
o chá inglês, indiano
substrato, iguaria
num embrulho
pra família
o vento esfumaçado
de foligem extrema
revestindo o interior
da garrafa, da bílis
da origem, do compasso
eu passo
por todos vocês, que não vão
caminhar por onde andarei
que não vão
levo vocês na mala
um dia
retribuindo o que vocês viram
e depositaram
nos meus sonhos
substrato, iguaria
num embrulho
pra família
o vento esfumaçado
de foligem extrema
revestindo o interior
da garrafa, da bílis
da origem, do compasso
eu passo
por todos vocês, que não vão
caminhar por onde andarei
que não vão
levo vocês na mala
um dia
retribuindo o que vocês viram
e depositaram
nos meus sonhos
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
banzo de São Luís
Ponta do Bonfim, 2010
quem sabe, o tempo
é esse de fim de tarde
dos verdes lá longe,
na ponta
Bonfim
o local onde o Sol desvanece
e aquele clima parado
da maré,
dos paralelepípedos,
dos azulejos,
tudo caindo
mais uma vez
lepra do Bonfim
quem disse que o mal acabou?
ainda assim sinto saudades
da despretensão
de todo mundo
que se abraça e dança
nos seus conformes
até sinto alguma raiva
que passa
conforme
uma piedade
benévola
domingo, 19 de setembro de 2010
para Robson Diniz
quando batem as seis horas
tarde
domingo
não se sabe
se começa ou se finda
se apetece ou trinca
quaisquer lembranças
daquele que se foi
por seu querer
um espaço foi largado
no seu velório, consigo ver
uns abraçando aos outros
passando a força
para continuar
o que ele deixou
não foi um lugar
foi uma vida
um vaso trincado
na sua caída
(continuemos
por ele e por tantos)
***
Hoje, por rastros de discursos, pesâmes perdidos, a partida de alguém querido. Robson era maranhense, ator da companhia Tapete Criações Cênicas. A última vez que eu o vi foi no espetáculo Hotel Medea, apresentado no Rio de Janeiro em maio desse ano. Peço paz para a sua alma que agora flutua nos ares do universo.
tarde
domingo
não se sabe
se começa ou se finda
se apetece ou trinca
quaisquer lembranças
daquele que se foi
por seu querer
um espaço foi largado
no seu velório, consigo ver
uns abraçando aos outros
passando a força
para continuar
o que ele deixou
não foi um lugar
foi uma vida
um vaso trincado
na sua caída
(continuemos
por ele e por tantos)
***
Hoje, por rastros de discursos, pesâmes perdidos, a partida de alguém querido. Robson era maranhense, ator da companhia Tapete Criações Cênicas. A última vez que eu o vi foi no espetáculo Hotel Medea, apresentado no Rio de Janeiro em maio desse ano. Peço paz para a sua alma que agora flutua nos ares do universo.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
os aniversários
a idade
uma receita aberta
de miríades de órgãos
cansados e entrecobertos
pelo o que passa ou chega
alaga nossas lembranças
que amamos ou queremos nos livrar
servimos água para o beija-flor
dentro de uma falsa natureza
e ainda assim
ele chega
e nos alarga
com um canto
um clamor
que nem sabíamos que existia
uma receita aberta
de miríades de órgãos
cansados e entrecobertos
pelo o que passa ou chega
alaga nossas lembranças
que amamos ou queremos nos livrar
servimos água para o beija-flor
dentro de uma falsa natureza
e ainda assim
ele chega
e nos alarga
com um canto
um clamor
que nem sabíamos que existia
domingo, 5 de setembro de 2010
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