tá tudo escrito no meu corpo
minha história e meus erros
minhas quedas no joelho, na canela, no braço, na boca
cai de boca no chão
chorei e perguntei
por que eu?
criança, eu
marcas da borracha do tempo
sem perspectivas
com alternativas
uma história cicatrizada
que insiste em lembrar
quando o esquecimento é limpeza
borrada com marcas celulares me pergunto
quem eu?
células se renovam
nosso corpo que é muitos durante a vida
e talvez apenas em sobrevida
me veja
sem história
com vida
Um comentário:
o que está escrito no corpo como azulejos nas paredes e camadas de piche que cobrem superficialmente o asfalto. as imagens da postagem acima também possuem ecos nesse poema. a cicatriz como lembrança presente e ao mesmo tempo longe da dor com a qual foi inscrita.
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