quinta-feira, 6 de março de 2014

algarismos do tempo

o último algarismo do ano último
que por força do hábito insiste
em aparecer
resiste
o passado novo


guarda na pele
a memória da doença
que só saberá depois 
de passadas algumas décadas

mortes provocadas 
por itens de beleza
por remédios
pelos sorrisos não dados

saberemos quando velhos
ou antes disso
no tarde demais

era cedo demais
ela era tão linda
com seu vestido e batom vermelhos


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