domingo, 8 de setembro de 2013

passeio São Luís

Bueiro

a água merda do bueiro
da praia grande
sai pela boca
do grito da cracolância
vizinha do convento das mercês

sem pudor
alguém se banha
lava sua roupa ali
de onde avista
o sol se por

ponta do bom fim






Tombo


a ponta da ponta d'areia
virou península

golpe de marketing
quebra mar

merda de rico na baía



Olhar cidade

eu quero é olhar pro lado
ver o que está
movimento rua vazia
a cruz da casa da festa
luz úmida âmbar

os caixões e os cultos
aquela rua das casas dos militares
com seus enfeites de natal
com o guardinha na porta
antes de virar
pro São Marçal

com seu olhar penoso
uma mão pedindo
outra segurando o cajado

assim é
o meio fio todo quebrado
pintado de branco cal
minhas palavras nesse meio fio

a rua com um poste de luz de um lado
e um poste de câmera de outro
minhas palavras quebradas
minha amiga que vigia as câmeras

cada dia mais longe do perto
por um fio


Canto cagado

canto cagado da ágora do Odylo
canto cagado da vida
canto cagado da festa
canto cagado da rua
canto mijado
canto pichado
canto liberdade
canto anarquia
canto despacho
canto




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