quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Morro de fogo
um vulcão eclodindo como um ovo
lavas de luzes formam
um elefante medonho.

Quem tem medo daquele lugar?

Eu vi faces apavoradas
e espelho refletindo minha tensão.

Vimos a cidade de lá

como um outro universo
também eclodindo
fogos de ano novo
sinais de fogo
de um povo que precisa ver

enquanto lá, no seu topo
somente o vento frio reveste
os dois irmãos

separados

por zonas
nada mais categórico.

Lembro do meu corpo contraindo
como se estivesse com a febre da peste
o frio do pensamento
em movimentos involuntários

e ainda assim
descemos até o mar
para verificar sinais de ambundância para todos.

Os peixes que pulam do cardume
não tem dono algum
nem as gaivotas que espreitam
nem os olhos dos homens.

O coletivo mantém o uno
quando não é multidão.

Subimos o Apoador
uma pedra lunar

pra ver
até onde somos capazes de subir
e não montar em outros homens.

Um comentário:

Bruno Ferreira disse...

leio e vejo as imagens passando e nelas um silêncio de quem viu tudo e volta calado dos mistérios do universo