essa festa sempre teve a pretensão
de fazer sumir
de suspender
tanta pressão
de séculos
em alguns dias
mas os batuques daqui
ressuscitam velhos e velhas
que aparecem na forma de pretinhos
nos arcos da Lapa
uma me ofertou uma lantejoula
baculejando com um olhar
qualquer coisa na sua altura
à altura dos bolsos
2 comentários:
a carne se vai e fica o espírito...saca depois aquele texto de foucault "o corpo utópico".
olha um trecho dele:
"A alma funciona maravilhosamente dentro do meu corpo. Nele se aloja, evidentemente, mas sabe escapar dele: escapa para ver as coisas, através das janelas dos meus olhos, escapa para sonhar quando durmo, para sobreviver quando morro. A minha alma é bela, pura, branca. E se meu corpo barroso – em todo o caso não muito limpo – vem a se sujar, é certo que haverá uma virtude, um poder, mil gestos sagrados que a restabelecerão em sua pureza primeira. A minha alma durará muito tempo, e mais que muito tempo, quando o meu velho corpo apodrecer. Viva a minha alma! É o meu corpo luminoso, purificado, virtuoso, ágil, móvel, tíbio, fresco; é o meu corpo liso, castrado, arredondado como uma bolha de sabão."
fonte: http://cronicaexistencial.blogspot.com/2010/11/o-corpo-utopico-michel-foucault.html
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