quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

minha mãe sempre dizia

alento, sopro caindo
na cordilheira
correndo as pedras
nenhuma vegetação
ou fronteira para atravessar

um pulo para ir
outro para se afogar
um grande lago
nenhum bicho aparente
só eu escabreado
sôfrego cuidado
esporão saindo do cóccix
e atingindo minha cabeça

cuidado!
o perigo mora aqui dentro
lembrança que chega
mas não toma forma
não ganha corpo

ganha meu corpo
e me atola

não consigo ver mais nada
nem o que toma minha mente

o que foi é o que será
somente

Um comentário:

Bruno Ferreira disse...

uma vez imaginei que uma certa dor nas costas era um dragão a ser domado