segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

cheguei
não sei mais onde guardam
os garfos e facas
que vou perfurar o que se deve

sem piedade
o tempo da estabilidade traz
inevitavelmente

o assombro da saudade
e da desordem

abraço vocês como ontem
e o cachorro ainda me reconhece com seu faro

isso é que é memória

a  casa da vizinha mudou
a vizinha mudou-se
eu não vou mais lá
além dos sonhos
um olhar de brecha

Um comentário:

Bruno Ferreira disse...

gosto do cachorro pois ele é o elo com todos os tempos no olfato cósmico a reconhecer nossas idas e vindas no espaço