vejo a varanda
tu não estás
tu não estás
vejo na lembrança
vazio restante
aperto constante
no meu peito enlutado
terra come teu corpo neste instante
língua que assinalava
músculos que corriam
olhos que confirmavam
comunicação do espírito
que se foi no último hálito
mandíbula totalmente aberta
depois de completamente travada
lá se foi teu espírito
na tua última pulsação
que senti se despedindo
da minha mão que apoiava
o teu peito debilitado
queria uma confirmação
tive com a parada
estou tendo nos dias que passam
como canção arrastada
que toca na caixa
com o vazio dos cantos da casa
que deságua no córrego ao lado
onde banhaste pela última vez
repousando teu corpo murcho
na lama no fundo depositada
das últimas águas
do teu verão chuvoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário