domingo, 25 de maio de 2025

corolário

no desembrulhar do querer
altivo encontro marcado 

à outiva
noite esconde 
o caminho sem volta

a leveza de apaixonar-se 
pelo o que ainda não se viu

não há pistas de onde foi deixado
de lado

ou se caiu 
ou se animicamente se escondeu

se guardado em gavetas 
empoeiradas pelo o que veio sem avisar

se no improvável arremessar de sapatos
em fios de alta tensão

em toda sorte de brincadeiras sem muito sentido

um flerte flecha projetada 
na direção do outro
prospectado
quando só 
queria
se entender




terça-feira, 20 de maio de 2025

Pacha

vejo a varanda
tu não estás
vejo na lembrança
vazio restante
aperto constante
no meu peito enlutado

terra come teu corpo neste instante

língua que assinalava
músculos que corriam
olhos que confirmavam
comunicação do espírito

que se foi no último hálito
mandíbula totalmente aberta
depois de completamente travada

lá se foi teu espírito
na tua última pulsação
que senti se despedindo 
da minha mão que apoiava 
o teu peito debilitado

queria uma confirmação
tive com a parada
estou tendo nos dias que passam
como canção arrastada

que toca na caixa 
com o vazio dos cantos da casa
que deságua no córrego ao lado

onde banhaste pela última vez
repousando teu corpo murcho 
na lama no fundo depositada
das últimas águas 
do teu verão chuvoso