quinta-feira, 5 de novembro de 2015

mares, rios e cactos

os males dos tempos
convertem-se em alegrias
rápidas e fugazes

os mares dos tempos
convertem-se em tristezas profundas
rápidas imagens fugazes

os rios de lama
os rios de gente
desaparecidas espécies
contaminados humanos
nas lavouras cruéis
rápidos resgates
profundos afogamentos
praias de corpos inchados
putrefatos lamentos

não temos tempo para lamentar o suficiente
nossa potência soterrada por nós mesmos
pelo o que queremos
quero cessar de querer mais

*

matamos cactos com água excessiva
de sede plantas marítimas
de plástico aves ingênuas
arritmias, incompetências, calafrios
sequer admitimos
desaprendemos o cultivo
urgente é nosso desvio
rumo ao muito pouco

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