segunda-feira, 15 de abril de 2013

estudos do corpo

eu sei do meu corpo mais do que qualquer médico
eu sei porque é o meu corpo que me encobre
eu sei
não sei
esqueci
como é que faz pra saber
do próprio corpo

*


um frio na costa vem da porta entreaberta
enquanto escuto sua voz de índia
velhinha enrugada me embala
não é um assobio
tem a língua no meio o canto
eu posso mostrar pra vocês
o canto da cobra entre a língua e o dente
cobras sobem pelo braço
cobra te engole

não espere nada que explique

podes crer



Um comentário:

Carol... disse...

essa pergunta do primeiro poema ecoa agora na minha cabeça, até que eu me esqueça dela e depois, quem sabe por um sopro, esqueça tudo e me venha o corpo - esse acontecimento