eu sei porque é o meu corpo que me encobre
eu sei
não sei
esqueci
como é que faz pra saber
do próprio corpo
*
um frio na costa vem da porta entreaberta
enquanto escuto sua voz de índia
velhinha enrugada me embala
não é um assobio
tem a língua no meio o canto
eu posso mostrar pra vocês
o canto da cobra entre a língua e o dente
cobras sobem pelo braço
cobra te engole
não espere nada que explique
podes crer
Um comentário:
essa pergunta do primeiro poema ecoa agora na minha cabeça, até que eu me esqueça dela e depois, quem sabe por um sopro, esqueça tudo e me venha o corpo - esse acontecimento
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