pássaros que andam
desfilam em chamas
primos das salamandras
faíscas do Sol
andam e desfilam
fileiras inteiras
nunca desbotam
refletem e seguem
subindo no mato
que não podemos entrar
seria um portal?
uma cúpula secreta?
chega um, chegam dois, chega o grupo
um atrás do outro e eu os sigo
até onde eu não posso mais
não são humanos
certamente não são bichos
talvez espíritos
fagulhas em penas
andar com eles, andar como um deles
cantos que eu não lembro
uns chamando os outros
convocando para uma mágica
fértil e transparente
luz que entra nas penas
incendeia seus órgãos internos
queima as pupilas de quem vê
o segredo deles
andar para quem sabe voar
faisão, anum branco
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