terça-feira, 31 de maio de 2011

Logaritmo

Estou na deriva do acaso
com o vento que chega
frio, inverno
levando lágrimas também frias
dessa cara lavada

nenhuma motivação
para projetos sem propósito
intervenções desnecessárias

penso que o silêncio também é de palavras
e ainda assim não calo

agora o vento vem, pela nuca
faz um burburinho
e alguém grita:
não, isso não é sopro, é furacão

a vizinha empunhando uma faca
ao som dos gritos dos outros

quando saímos dos planos
para o plano realizável, compositivo
vem aquele banzo do inverno
de novo, ele mesmo
sem colheita, nem plantio
mas tem que se fazer sem parar
para não esquecer
a mensagem que atrasada

delay


***

sou sustentado por agricultores
e por algum ministério
mas o que eu faço não se pega
só peca

só me peça, por favor, o que eu posso dar
pois não sou transgressor, sou presa
mil olhos me espreitando
por dentro deste mato seco, surpresa
é noite
e eu não sou daqui


{o expoente que uma dada base deve ter para produzir certa potência}

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