Estou na deriva do acaso
com o vento que chega
frio, inverno
levando lágrimas também frias
dessa cara lavada
nenhuma motivação
para projetos sem propósito
intervenções desnecessárias
penso que o silêncio também é de palavras
e ainda assim não calo
agora o vento vem, pela nuca
faz um burburinho
e alguém grita:
não, isso não é sopro, é furacão
a vizinha empunhando uma faca
ao som dos gritos dos outros
quando saímos dos planos
para o plano realizável, compositivo
vem aquele banzo do inverno
de novo, ele mesmo
sem colheita, nem plantio
mas tem que se fazer sem parar
para não esquecer
a mensagem que atrasada
delay
***
sou sustentado por agricultores
e por algum ministério
mas o que eu faço não se pega
só peca
só me peça, por favor, o que eu posso dar
pois não sou transgressor, sou presa
mil olhos me espreitando
por dentro deste mato seco, surpresa
é noite
e eu não sou daqui
{o expoente que uma dada base deve ter para produzir certa potência}
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