domingo, 21 de abril de 2024

Maiobinha

Maiobinha, 

Neste dia de Sol penso e vejo, do leito do teu rio, cercada de tua mata de juçara, como tuas águas só gostariam de ser a pureza e a fluidez das fontes de onde vens. Que gostarias de banhar peles e animar brincadeiras n'água. Que achas aquelas retroescavadeiras barulhentas e violentas, elas que abrem tuas margens para não alagar - tanto - a estrada de Ribamar em dias e noites de chuvas torrenciais. Quando passo por ti escuto uma voz; por isso quis chegar mais perto e fazer/trazer uma imagem.

sábado, 13 de abril de 2024

trocou de pele
incômodo, esforço
fraqueza,  desconforto
falta força para sambar
para escalar paredes urbanas
muralhas intransponíveis
e tantas que de tornam transponíveis
falta força para dançar o tambor
é preciso buscá-la nas entranhas da terra
prenhe se sonhos recebidos de todos os batuques
apara curar uma doença 
que só o tempo contaminado pelo capital
poderia fazer tão cruel e insensível
aquela rede de eletricidade 
que cai por cima dos nossos corpos
não mata, mas nos transpassa


terça-feira, 9 de abril de 2024

expor a dor

com um alfinete singelo
drapear as vestes
para expor a dor
mostrar a peste
a lágrima e o sangue 
incontestes
de que adianta
o nó na garganta
ou palavras estéreis