com suas flores amarelas
adornam seu esgoto
sem nenhuma pretensão de serem vistas
quem passeia a sua borda
e admira suas cores
quem as observa de longe
em uma rápida mira
no movimento do ônibus
só
a parada pichação
em um prédio secular abandonado
hospital de chagas
o canal do mangue
tem suas memórias
nas palmeiras derrubadas
na sua água sujinha
que corre quase parada
só um pobre anda a sua borda
e ele é motivo de desconfiança
seu descuido o condena
quem aceitará seu presente
com a mente aberta?
o canal do mangue
definitivamente
é muito sujo
para ser imagem do Rio
Canal do Mangue- Marc Ferrez- 1905